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Ser. O melhor de ti

Ser. O melhor de ti

Eu abro o meu coração à vida e permito-me viver em verdade

30.11.22, Liliana Bernardo - Coaching da Alma

Quantas vezes fugimos de nós próprios? Quantas vezes não ouvimos o nosso coração em prol do que o ego diz?

Tantas e tantas vezes isso acontece. Medos, duvidas, inseguranças, boicote a nós mesmos. São tantas as razões pelas quais fugimos de nós, que eu fugi de mim mesma.

Não foi fácil aprender a seguir a minha verdade, a ouvir o meu coração. É um treino diário. Perceber o que o coração diz e que o ego nos diz.

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Ainda hoje há alturas em que os medos falam mais alto e começo a entrar em pensamentos não produtivos, pensamentos que trazem uma energia menos boa. Mas quando isso acontece começo logo a sentir-me mal, começo a sentir que estou a fugir de mim mesma, da minha verdade. E não gosto dessa sensação. Então, volto-me para dentro, respiro, conecto-me e volto àquela sensação maravilhosa e de luz que emana o coração.

Todos os dias são desafios. Todos os dias aprendo mais um pouco a sentir-me bem comigo, a sentir-me plena e a levar a minha verdade com toda a fé.

E tu? Ouves o tu coração ou foges dele?

Os meus rituais

29.11.22, Liliana Bernardo - Coaching da Alma

Faz todos os dias algo que gostas.

Eu tenho o hábito de começar o dia com coisas que gosto, para o caso de já não ter tempo mas, também, porque me sinto mais activa na parte da manhã e mais cansada ao final do dia.

Começo o meu dia por agradecer e com uma pequena meditação de 15 minutos. Depois faço as minhas afirmações positivas, bebo a minha água morna com limão, gengibre e canela (um pequeno detox matinal com muitas propriedades anti-inflamatórias) e por último a minha a minha ginástica (20 min).

Dedicarmos tempo a nós é muito importante e fundamental para que nos sintamos bem connosco.

Tantas vezes esquecemos de cuidar de nós.

Tira nem que seja 5 minutos todos os dias para ti, para estares contigo e fazeres algo que te dê prazer.

E tu? Fazes todos os dias algo que gostas?

 

Eu amo e aceito o meu corpo como ele é

28.11.22, Liliana Bernardo - Coaching da Alma

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Não foi fácil olhar para o corpo e achá-lo bonito, desejável. Tirar a roupa, mostrar-me, era difícil. Não achava que tinha um corpo bonito pelas marcas todas que o Lúpus foi fazendo nele. Ainda hoje há dias em que o espelho não é o meu melhor amigo.

Primeiro as manchas nas pernas fizeram-me sentir que algo me tirava a beleza, a sensualidade feminina. Depois quando engordei perto de 20 kg pela imensa cortisona que tomei e pelos líquidos que acumulei de uma insuficiência renal que por milagre não fez estragos. Depois pelas operações que me deixaram cicatrizes.

O meu corpo já sofreu muito e eu com ele, mas sobrevivemos e renascemos juntos.

Hoje mostro-me ao mundo com orgulho de mim e das minhas marcas, elas contam a minha história, são elas que fizeram de mim esta mulher poderosa que sou hoje.

A minha "casa"

28.11.22, Liliana Bernardo - Coaching da Alma

 

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O mar sempre foi para mim a minha casa. Sempre adorei contemplá-lo. Ele tranquiliza-me e ao mesmo tempo dá-me força.

Quando o médico me disse que não podia apanhar sol por causa do lúpus, juntando ao facto de ter vergonha do meu corpo, mais propriamente, das manchas nas minhas pernas, dizia para mim e para todos que não gostava de praia. Essa foi a forma que encontrei de me proteger do fracasso interior que sentia.

Durante algum tempo não me aproximei da praia e quando comecei a ir levava um lenço atado à cintura, como saia, para que ninguém visse as minhas pernas, um chapéu e punha protector solar 50.

A verdade é que não me sentia nada bem em nenhuma das situações. Ir e estar quase toda tapada e debaixo do chapéu de sol deixava-me triste e não ir a mesma coisa. Esta foi uma luta que combati durante alguns anos.

Na minha cabeça parecia que os outros estavam sempre a olhar para as minhas pernas e que estavam sempre a olhar para mim como se eu fosse diferente. Então quando me perguntavam o que eu tinha nas pernas, ficava sem chão e só me apetecia chorar. Mas o problema não estava nos outros, o problema estava em mim. Eu é que me via de forma diferente. Eu é que não me sentia bem na minha pele.

Ao longo do tempo fui gerindo todas estas questões. Não foi um processo fácil. Primeiro o sol, aos poucos ia me expondo a ver como me sentia. Hoje faço praia e apanho sol tranquilamente, com toda a moderação que se recomenda a todas as pessoas. Depois as minhas manchas. Hoje olho para elas com orgulho, elas fazem parte da minha história e não tenho problemas em andar com calções ou saias curtas.

O buraco negro

28.11.22, Liliana Bernardo - Coaching da Alma

Lembro uma altura de andar sempre zangada comigo própria, zangada com a vida. Nada parecia correr bem. A minha aura estava tão apagada que não conseguia ver mais além. Mesmo quando algo bom acontecia, eu via isso com desdém. A minha mente estava limitada, limitada ao negativismo. Cheguei a pensar que os meus amigos só me convidavam por pena. Pena porque eu tinha Lúpus. E quando alguém olhava para mim, sentia que era com um olhar de piedade.

Não conseguia sair daquele registo. E esse registo consome-nos de tal maneira que fica difícil ver as coisas de outra forma.

Tudo era culpa do outro. Nem era tanto culpa, eu sentia que o outro me via com outros olhos. E isso deixava-me irritada, zangada e triste. Mas eu é que, no fundo, me via como uma coitadinha. Tinha pena de mim própria.

Não foi fácil sair desse buraco negro que eu estava a escavar e que cada vez ficava mais fundo.

Um dia acordei a sentir-me tão miserável que disse para mim mesma que não queria mais me sentir assim. Via os outros a viverem e eu andava a arrastar-me pela vida. A sobreviver de alguma maneira.

Não desejo isso a ninguém. É um lugar demasiado negro para se estar. Não nos permite ver o que está mesmo diante dos nossos olhos, não nos permite ver o amor e sentir amor. Não nos permite viver em paz. E não estar em paz é viver num inferno sem fim.

Nós temos escolha. Tu tens escolha. Podes escolher viver na escuridão ou na luz.

Se estás assim neste momento, procura ajuda de um amigo, familiar, de um profissional, não importa. Mas sai daí. Pede uma corda para te começares a erguer e ver a vida maravilhosa que tens.

O vazio dentro de mim

28.11.22, Liliana Bernardo - Coaching da Alma

Durante muito tempo sentia um vazio imenso dentro de mim. Sentia que faltava algo. Andava sempre insatisfeita e de mal com a vida. Sempre rabugenta, a lamentar, como se o mundo me devesse alguma coisa.

A verdade é que eu não fazia nada para mudar isso.

Deixava-me ficar nesse comodismo que, apesar de me fazer sentir insatisfeita, eu conhecia e era confortável de certa maneira.

Arranjava sempre desculpas para não dar o salto. Ou era o lúpus ou era porque sentia que não era capaz, nem suficientemente boa. Tudo coisas que dizia a mim mesma de forma recorrente, e de tanto insistir nelas, acreditava, mesmo, serem a minha verdade. Eu era assim.

A minha verdadeira identidade tinha desaparecido. Já não me reconhecia. Tinha-me tornado numa miúda virada para dentro, sem voz, sem vontade própria.

Um dia, tudo mudou dentro de mim e dei um salto de fé para a vida.

Comecei a escutar o meu coração e a ser mais gentil comigo.

Aos poucos fui aprendendo a escutar o meu coração, a ser mais gentil comigo, e comecei a recuperar-me e a ser fiel a mim mesma e, de repente, a vida parecia outra, mais bela, mais autêntica, onde tudo dava certo. Reaprendi a sorrir com vontade, a acreditar que tudo é possível e a procurar soluções e não desculpas.

E num toque de magia a vida acontece.

A minha história

28.11.22, Liliana Bernardo - Coaching da Alma

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Quando me foi diagnosticado Lúpus, tive momentos em que senti-me completamente perdida.

Fui com a minha mãe tentar perceber o que era viver com a doença, mas aquilo que me transmitiram foi que a vida que eu conhecia tinha terminado ali. Todos os meus sonhos não existiam mais. A senhora com quem falámos disse-me que já não podia fazer as coisas que eu tanto gostava. Já não podia correr, dançar, fazer desporto, parecia que tinha de ficar para sempre quieta. Até na minha futura profissão opinou. Tinha de ser algo atrás de uma secretária.

Saí de lá a acreditar naquilo tudo. E durante muito tempo acreditei e vivi com as palavras dela dentro na minha cabeça.

Não foi fácil para uma miúda de 18 anos ouvir aquilo tudo.

Passei muito tempo fechada em casa e em mim mesma.

O médico, também não tinha boas notícias, dizia que eu não podia apanhar sol (porque em certos casos de lúpus o sol faz mal), que tinha de andar sempre de manga comprida, chapéu.

De todos os lados só ouvia o que eu não podia fazer. A palavra não ecoava na minha cabeça. Fiquei completamente confusa e perdida. Cheguei a deixar de sonhar.

O Lúpus

 O lúpus apareceu na minha vida quando eu tinha 18 anos. A minha vida mudou toda nessa altura. Fizeram-me acreditar que nunca mais podia ter uma vida normal. Passei por momentos complicados, difíceis e deixei de fazer muitas coisas, por ter dentro de mim uma crença limitadora, a crença de que não era capaz. Eu acreditava mesmo nisso. Acreditava que por ter Lúpus não era igual às outras pessoas e que tinha uma vida limitada.

Passado alguns anos e aos poucos, fui percebendo os meus limites e percebi que nada estava acabado, só tinha de me adaptar.

Várias vezes fui parar a camas de hospital e posso dizer que venci todas elas. Umas foram mais fáceis, outras mais assustadoras. Mas em todas aprendi o sentido da fé, da aceitação.
Hoje sou prova viva que tudo é possível. Que podemos fazer tudo, que podemos ser tudo o que quisermos.
Hoje não me limito, eu vou, experimento e adapto ao que posso, ao que sou.
Hoje sou uma pessoa completa e feliz.

O lúpus faz parte de mim, assim como eu faço parte dele. E por isso decido andar de mãos dadas com ele.